EnTrA. eScUtA o BaNdOnEoN qUe ChOrA
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FlOrEs

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Por aqui as flores só aguentam uma noite. Murcham. Queimam-se. É do fogacho das notas ou será da ardência das meninas, seja lá o que for, existem por uma noite, perfumam por uma noite e depois morrem.

Ficam belas sob o fumo dos cigarros e dos charutos mas onde as prefiro ver a definhar é no cabelo das dançarinas. Melhor, quando raramente uma delas prende a rosa vermelha entre lábios... Fica-se a saber que há namoro, inquietação.
Nessas noites em que as flores fazem de cartas ou de recadinhos dança-se melhor, o tango incendeia mesmo quem está em guerra, que a milonga é muito mais que um salão de baile.
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Não é para todos..
Assim como as flores morrerem. Também não o fazem por todos, mesmo que sangrem de tantos passos, mesmo que haja lua cheia.

BaNdOnEoN

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Es la estrella más hermosa.


Não há milonga sem o aperto entre braços dos sons gemidos do bandoneon. É a mulher que sufocamos nas mãos e abrimos ao peito para lhe morder a essência e conjugar na nossa batida o descompasso da paixão.


São sons vermelho e negro, tirania e amor, navalha e lágrimas. Tudo deitado sobre o joelho enquanto as pernas rendadas fazem de tom trágico nas cartas riscadas pelo soalho do salão.


Aquí es Tango. Tango Bazar.