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Cuspo ao dizer-lhe o nome. Desgraçado. Corno do tango. Alvarito não tem pudor pelo tango, tira-lhe o respeito todo, baila dentro e fora da milonga e fá-lo suado de vinagre de raiva.
Leva as mulheres à loucura, roça-lhes o sexo em passos picados pelo tacão que volteia e elas ficam bebedas de paixão, olham o tecto, as ventoinhas e acham que subiram ao céu. Alvarito ri alto. Delas e dos outros. Ri de mim também.
Adelia nunca lhe diz não. Fica possuída num inferno de chamas que lhe tinge o vestido e a pele, morde a boca, esquece-me. Quer seja paredes dentro quer seja nos fundos da milonga onde se empilham as garrafas e os restos de amor bebido aos goles que escorrem pelos cantos da boca.
Odeio Alvarito.
Um dia destes limpo a minha navalha na sua garganta. Palavra de Zilto.
1 comentário:
o ciume...
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