EnTrA. eScUtA o BaNdOnEoN qUe ChOrA
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TaNgO dE zILtO

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Margot encheu-me a cabeça e o coração do desejo de vingança. Mas para o ter cheio deste negrume tive de o vazar de todo o amor que o enchía. O coração não sobrevive de tão cheio desta moléstia em lutas com a paixão. Ou é um ou outro.



Subi os degraus da milonga a dois e dois, escancarei as portas do salão e avancei.


Sei o que tenho de fazer.



Teodoro aparta-se de Bábá e queda-me pelo braço, aperta-me, fere-me com os olhos, sei que me avisa de que nada posso contra Baron.



Mas hoje posso, eu posso tudo.



Será que ninguém vê que Baron humilha Adelia, arrasta-lhe o vestido pelo sobrado a limpar o rasto de suor dos cabelos e a saliva que lhe fende a boca ao dizer que a faz dele?



Hoje eu posso.



Acerco-me. Agarro na mão de Adelia que se assusta. Baron queima-me o peito com o ódio que o enche, hoje eu tenho mais que ele, nada me faz mal. Afasto Adelia e dou sinal ao bandoneon para atacar.



Seguro a mão direita de Baron, o meu braço esquerdo à sua cinta e sou eu que conduzo este tango.

4 comentários:

Baila sem peso disse...

Hoje eu posso...
E sou eu que conduzo este tango!

Adelia, será que gostou
Da troca arriscada do passo?
Que será que se segue
No decorrer do enlaço?
E Baron como ficou? :)

Boa semana
Besos

pentelho real disse...

problemas de ciúmes são situações que nunca compreendi. Talvez nunca tenha amado o suficiente.

Marina disse...

Zilto

Conduz quem sabe,
conduz quem pode...

Tanta paixão...
tanto drama...

Muito obrigada pela flor
Besos

Baila sem peso disse...

Vim deixar então o meu sorriso
que ficou pedido no baile...
pode ser que seja preciso! :)

Aproveitei para ouvir de novo
Este som, no rodopiar me movo
E por dentro me comovo :)

Sorrisos de luz para o tango que seduz!
Besos