EnTrA. eScUtA o BaNdOnEoN qUe ChOrA
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RuAs Do DeStInO

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O tempo parou. Para mim e para Amarilïs. Até talvez para a nossa vida, Baron não perdoa.


Mas se esta é uma noite decente para morrer e se todos os tangueros têm o sonho de tombar honrados na milonga, então Cristo far-me-á a vontade. Nos braços e pernas de Amarilïs.


Nunca me senti tão feliz e tão miserável como esta noite. Amarilïs. Adelia. Se perdi o amor de uma apaixonei-me como não sabía possível por outra. Da forma mais ruim e desvairada, uma noite só, um amor que dura uma noite só como por toda a vida. Amarilïs também o sabe, sinto-lhe o coração bater contra o meu peito com a lástima de quem descobre e perde no mesmo instante todo o traço que o destino nos marcou cegamente.


Condenamo-nos pela noite fora até fecharem as portas da milonga, o tango ainda pelas escadas, pela rua molhada da madrugada alta. Somos só nós dois e a lua e o destino desta rua que nos há-de ver ao amanhecer, deitados lado a lado, Baron não há-de tardar.


Somos só nós e no entanto ouvimos, vemos uma orquestra que toca para nós.

4 comentários:

Leonor Lourenço disse...

Adorei. Desde a selecção das imagens à música à esolha do escuro como fundo para o blog... Perfeito. Apetece parar por aqui...
Como gosto de tango!
Muito obrigada por este momento. não resisiti a seleccioná-lo.

Marina disse...

Zilto, meu querido
Paixão é mesmo assim...
a orquestra nunca para de tocar
Besos

Baila sem peso disse...

Hoje oiço a nostalgia da orquestra
que tocou na madrugada alta...
pela porta entreaberta, uma fresta...
E a paixão chegou à minha alma!

Lindo como tocas as palavras
e o tango até ao limite arrastas
uma noite só, numa vida
o belo dançar, que lavras...

Desejo-te uma boa semana
Besos para ti

Anónimo disse...

a paixão de um tango pela sedução da noite, iluminada pelo compasso, brilhante, da lua dos amantes...gostei. um bj